Vereadores acatam reivindicação de professores e arquivam projeto que inviabilizaria o recebimento de bônus no final do ano
Em
uma das votações mais polêmicas deste ano, os vereadores de Registro
rejeitaram o Projeto de Lei que autorizava o remanejamento de verbas de
manutenção da Educação Infantil (vencimentos e vantagens fixas,
obrigações patronais e contratação para tempo determinado) para
investimentos em espaço físico e materiais para toda a Rede Municipal
de Educação. A decisão da Câmara de Registro, ocorrida na noite desta
última segunda-feira (19/10), acata a solicitação dos professores que
defendem, segundo a categoria, um direito adquirido de que essa verba,
no valor de R$ 1,2 milhão, seja revertida em bônus aos profissionais.
O resultado da votação foi apertado, houve o empate e o presidente Dito
Castro (DEM) teve que dar o voto final, que foi contra o projeto e a
favor da solicitação dos professores. O empate aconteceu devido a
ausência do vereador Dr. Petrônio, que não compareceu a sessão nesta
semana. O plenário estava lotado aumentando a tensão na votação,
interrompida duas vezes, uma para a análise do pedido da suspensão da
sessão para discussão de líderes e outra para pedir vista do projeto e,
automaticamente, adiar a votação. As duas tentativas foram frustradas,
pois não conseguiram aprovação da maioria do Plenário.
A sessão estava tensa, e culminou com a decisão de que mesmo sem estar
estipulado no Regimento Interno a votação foi nominal, onde cada
vereador vai à Tribuna e declara seu voto.
Dito Castro (DEM), Cleiton Peniche (PSDB), Lourival Sales (PSDB), Fred
Simões (PP) e André Kikuchi (PMDB) foram favoráveis à rejeição do
projeto e defenderam o pagamento do bônus, alegando a valorização dos
profissionais e a melhoria da qualidade de ensino através da
conseqüente melhoria no trabalho desempenhado. Além de defenderem que
se realmente fosse realizar investimentos na Rede, a Prefeitura deveria
ter se planejado melhor e feito durante o ano e não com as “sobras”.
Marcos Portela (PT), Xavico (PP), Aquino (PSB) e Diabinho (PMDB)
votaram a favor do remanejamento de verbas alegando que nos anos
anteriores o bônus foi pago para dar a margem de 60% de recursos do
Fundeb aos pagamentos de funcionários e que neste ano já foi gasto mais
de 63% até a presente data, além de acreditarem que a Rede Municipal
precisa de materiais e de investimentos físicos para melhorar a rede de
atendimento.
Apesar do arquivamento do projeto, não é obrigatório o pagamento do
bônus. Os professores deixaram a Câmara comemorando a vitória na
“primeira batalha”, e prometendo partir para a conquista definitiva do
recebimento do bônus.