Novas propostas surgem para dar destino aos recursos da Educação Infantil
Uma
semana após a rejeição do Projeto de Lei, que autorizaria o
remanejamento de verbas de manutenção da Educação Infantil (vencimentos
e vantagens fixas, obrigações patronais e contratação para tempo
determinado) para investimentos em espaço físico e materiais para toda
a Rede Municipal de Educação, a discussão sobre o destino dos recursos
continuou na Câmara de Registro. Nesta segunda-feira (26/10), os
vereadores voltaram a repercutir o assunto. Os favoráveis a utilização
ao pagamento de bônus aos profissionais do setor contestaram as
declarações da Administração Municipal, já a bancada aliada reforçou as
justificativas da Prefeita.
O vereador Professor Fred (PP) protestou contra as declarações da
Prefeitura. Em informações publicadas na imprensa local, a Prefeita
Sandra Kennedy (PT) argumentou que houve incompreensão dos vereadores
ao rejeitar a remanejamento do dinheiro.
“Somos muito, muito, muito ruins de leitura e interpretação de texto
(...) porque para justificar a incompetência administrativa (da
Prefeita) na elaboração de um projeto, a Prefeitura responde àquela
aberração (projeto de lei de remanejamento de recursos) afirmando que
houve incompreensão (...) gostaria que alguém do Governo me mostrasse
onde eu não entendi”, disse Professor Fred. O vereador argumentou e
apontou dúvidas em todas as declarações dos dirigentes municipais e
finalizou seu discurso afirmando: “Cada um (vereador) votou com seu
livre arbítrio. Certo ou errado, temos autonomia. Não me venha aqui o
Executivo colocar a fatura no nosso colo por incompetência e
incompreensão deles mesmos. ”
Para o vereador Cleiton Peniche (PSDB) a votação da semana passada não
teria sentido caso a luta pelo reconhecimento de que os recursos devem
ser utilizados para a valorização dos trabalhadores.
Por isso em seu discurso em Plenário esta semana, Cleiton Peniche
elaborou uma proposta para a Prefeitura – o pagamento de um 14º salário
aos funcionários que integram o Quadro do Magistério e os que integram
o Quadro de Apoio. “Ao invés de usar esse valor para comprar, lençóis,
bercinhos e colchões, sugiro usar esse montante para pagar um salário a
mais a todos os funcionários que trabalham na Rede Municipal
(englobando todos os profissionais da Educação e a equipe de apoio).
Seria um 14º salário”, explicou o vereador.
O líder da prefeita na Câmara, vereador Marcos Portela (PT), discordou
das afirmações do Professor Fred e também da proposta do Cleiton.
“Falar o que as pessoas gostam de ouvir é fácil, mas não vou fazer isso
aqui nunca”, declarou Marcos. Discordando da proposta de pagar um
salário extra, o líder petista justificou:“É injusto e ilegal pagar 14º
para apenas uma parcela dos servidores do Município”.
A divergência de ideologias e os intensos debates na Câmara de
Registro, ocorridos nos últimos meses, entre aliados e oposição têm
sido amplamente ecoados e ultrapassaram os limites da Sede do
Legislativo. No final da sessão desta segunda-feira, o vereador
Professor Fred ocupou a Tribuna e leu um Requerimento, protocolado por
um Munícipe, morador do jardim San Conrado, Octávio Chagas Belz,
solicitando que o presidente Dito Castro (DEM) apure um fato, que no
seu entendimento foi Quebra de Decoro Parlamentar. O fato teria
ocorrido no último dia 19, no intenso debate de idéias ocorrido durante
a votação do projeto de maior polêmica do ano.
“Se existir tal fato que a Presidência faça uso do seu Poder e dê uma
punição cabível por legalidade, pode ser uma retratação pública, ou
advertência interna (mas que se torne Pública como satisfação de Ordem
na Casa), e caso não for acatada as indicações punitivas, abrir
processo de Cassação”, solicita o requerimento do morador de Registro.
Nem um dos dois envolvidos, Marcos Portela (PT) e Cleiton Peniche
(PSDB) se manifestaram sobre o assunto. A Mesa Diretora da Câmara ainda
não se pronunciou sobre o caso.