Dito Castro recorre ao MP para impedir gasto supostamente irregular com contratação de empresa pela Prefeitura de Registro
Nesta
segunda-feira (26/10), o presidente da Câmara Municipal de Registro,
vereador Dito Castro (DEM), entrou com uma representação no Ministério
Público solicitando medidas judiciais para que suspenda a vigência da
contratação de uma empresa de Advocacia para prestar serviços à
Prefeitura de Registro. Segundo a representação, a contratação é
ilegal, pois “ofende diretamente princípios administrativos da
impessoalidade, legalidade e moralidade”.
De acordo com o contrato, firmado em setembro deste ano, válido por 12
meses, o escritório de advocacia deverá receber R$ 120 mil pelos
serviços prestados, que englobam assessoria na elaboração de prestação
de contas e na eventual necessidade de defesa perante o Tribunal de
Contas; elaboração de minutas de projetos de lei, em especial, os
diplomas normativos orçamentários; emissão de pareceres jurídicos em
assuntos de maior complexidade nas áreas de Direito Constitucional,
Administrativo, Financeiro, Urbanístico e Ambiental, sendo obedecido o
limite máximo de dois pareceres mensais.
A principal base para apontar a ilegalidade da contratação é a ausência
de licitação no processo alegando inexigibilidade, em outras palavras,
não foi feita a licitação porque a empresa cumpre o pré-requisito de
notória especialização. Na representação, o vereador contesta a
alegação da Prefeitura, justificando que notória especialização não se
refere a capacidade profissional que a empresa desempenha, mas sim a
natureza dos serviços contratados, no caso, um trabalho que não exige
um conhecimento de origem singular, como pede a Lei de Licitações e
Contratos Administrativos. “Para realizar os trabalhos contratados já
existe um corpo de funcionários específico para desempenhar esse
papel”, disse Dito Castro. Sob o ponto de vista do vereador, seria o
mesmo que contratar Leonardo da Vinci para pintar uma parede de branco,
apesar de ter seu trabalho muito bem reconhecido, não teria
justificativa de contratá-lo para pintar uma parede de branco, serviço
que qualquer pintor pode realizar.
Na sessão desta semana na Câmara, o vereador ainda apresentou dois
requerimentos à Prefeitura solicitando mais informações referentes aos
documentos da contratação da empresa. A representação protocolada no
Ministério Público foi também encaminhada nesta terça-feira ao Tribunal
de contas do Estado de São Paulo, órgão que fiscaliza tecnicamente a
utilização dos recursos públicos municipais.
Uma denúncia semelhante já havia sido levantada há alguns meses, pelo
vereador Professor Fred, sobre a contratação de outra empresa para
prestar serviços de assessoria. Segundo Fred, esta empresa de
assessoria foi contratada por um valor bem superior (R$ 30 mil) ao
contrato anterior. “Sobre a contratação da assessoria que avistei
indícios de irregularidades, estamos ainda buscando algumas
informações. Dentre os indicativos de irregularidades encontramos,
conforme pode ser verificado no próprio site oficial da Prefeitura
Municipal da Barra do Turvo, que a mesma empresa que presta serviço de
assessoria aqui, vende combustível lá”, disse o vereador.